Estava à toa em casa e resolvi achar algo de intearessante para fazer. E.... como quem procura acha... Está aqui. Este é um tema clássico em concursos: Lesões nervosas periféricas.
Para começarmos um pouco de Anatomia....
Os nervos periféricos são cordões esbranquiçados subdivididos em 3 componentes importantes:
axônios, células de Schwann e tecido conjuntivo.
Os axônios dos nervos periféricos são agrupados em feixes paralelos, conhecidos como fascículos, que são revestidos por bainhas de tecido conjuntivo frouxo, que fornece suporte à regeneração axonal. O tecido que reveste cada axônio individualmente é o endoneuro, possui matriz de colágeno
frouxo, onde as fibras de colágeno irão formar as paredes de proteção dos tubos endoneurais. Os feixes de axônios são revestidos pelo perineuro, separando as fibras nervosas em fascículos, e contendo fibroblastos, macrófagos, mastócitos, linfócitos e adipócitos.
Dentro dos feixes, as fibras são envolvidas pela Bainha de Schwann (o neurilema). Ao redor do neurilema há tubos endoneurais constituídos por redes delicadas de fibrilas, associadas com
uma substância intercelular amorfa.
O tecido que reveste todo o tronco nervoso e que tem como função proteger os fascículos de tramas externas é denominado epineuro, constituído de tecido conjuntivo frouxo que se estende ao longo de todo o nervo.
Os axônios são isolados eletricamente pelo próprio endoneuro e por um complexo lipoprotéico
denominado bainha de mielina. Esta é formada por células provindas da crista neural, que são conhecidas como células de Schwann. Essas células possuem a função crítica de suporte axonal regenerativo, servindo de via de crescimento para as fibras nervosas, além de servirem de isolantes elétricos para uma melhor condução dos impulsos nervosos. Na falta deste, o impulso é mais lento. Os nervos periféricos são alimentados por artérias que entram no tronco nervoso procedentes de
vasos sangüíneos vizinhos.
Funções dos nervos periféricos:
Os nervos periféricos são extensões do Sistema Nervoso Central e responsáveis pela integração
das atividades das extremidades, em suas funções sensitiva e motora.
São suscetíveis aos mesmos tipos de traumas que afetam outros tecidos: contusão, compres-
são, esmagamento, estiramento, avulsão e laceração. Assim sendo, a interrupção de continuidade da estrutura do nervo, resulta na parada de transmissão dos impulsos nervosos e na desorganização
de suas atividades funcionais. Ou seja, grosseiramente, os nervos são como fios de energia elétrica, qualquer trauma que ele sofra, a eletricidade não chega ao seu destino correto.
Lesões dos Nervos Periféricos:
De acordo com Seddon, as lesões nervosas periféricas são classificadas em:
a) Neuropraxia : lesão leve com perda motora e sensitiva, sem alteração estrutural; Voltando à nossa comparação com um fio de energia elétrica, podemos dizer que o fio sofreu uma torção e ficou com mau contato, ou seja, chega energia mas não conforme deveria ser, pois está com condução normal entre a área esmagada.
b) Axonotmese: é comumente vista em lesões por esmagamento, estiramento ou por percussão. Há perda de continuidade axonal e subseqüente degeneração Walleriana do segmento distal. Nesse tipo de lesão não ocorre perda de célula de Schwann, e a recuperação irá depender do grau de desorganização do nervo e também da distância do órgão terminal; Mais uma vez, para a nossa pobre comparação com o fio de energia elétrica, podemos dizer que este fio foi torcido com mais força e que quebrou a parte metálica (parte interna = axônio), a condução da energia não ocorre, pois o local não foi apenas esmagada, mas sim rompido. E é este fenômeno desencadeia o processo degenerativo do axônio (axonotmese), e da bainha de mielina, com preservação do tubo de endoneuro.
c) Neurotmese: separação completa do nervo, com desorganização do axônio causada por uma fibrose tecidual com conseqüente interrupção do crescimento axonal. A recuperação espontânea é pobre sem intervenção cirúrgica. Na neurotmese, é como se pegássemos o fio e cortássemos. Sem que haja algum processo para juntá-los novamente (no caso, uma cirurgia), não há possibilidade nenhuma de regeneração deste nervo.
Espero que tenham gostado!
Créditos:
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2007/RN%2015%2003/Pages%20from%20RN%2015%2003-10.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário