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domingo, 16 de outubro de 2011

CANELITE

A pedidos!!!



A síndrome da tensão tibial medial (STTM), canelite, é um distúrbio complexo e controverso que pode afetar qualquer atleta corredor. Ela é definida como uma dor e desconforto na perna causada por corrida repetitiva numa superfície dura ou por uso excessivo dos flexores do pé. 


O diagnóstico deve ser limitado a inflamações do músculo do tendão devendo, portanto, excluir fraturas por stress
ou distúrbio isquêmico (assunto do próximo artigo). A STTM é uma condição que leva a dor na região póstero, medial da perna dos dois terços distais da tíbia, ou seja, uma dor no meio da canela para baixo mais acentuada na parte de dentro da perna. Essa condição é conhecida também como síndrome do sóleo.

Causas - A STTM é periostite causada por tensão excessiva na borda medial da tíbia por fatores múltiplos:
  Alterações biomecânicas
  Aumentos súbitos na intensidade do treinamento e duração
  Alterações no calçado e superfície de treinamento
  Lesões de partes moles
  Falta de alongamento (inelasticidade muscular)
  Anormalidades na inserção muscular

Etiologia e biomecânica - Na fase média da passada o pé prona para absorver o choque e para se adaptar ao terreno. Nos casos de pisada pronada excessiva ou de maior velocidade de pronação a biomecânica da marcha ou corrida é alterada gerando um estiramento do músculo sóleo medial. Essa hiperpronação combinada com o impacto repetitivo gera a periostite da borda póstero medial tibial, induzida por tração muscular.

Apresentação clínica:
  Dor contínua, progressiva e prolongada na metade distal na região póstero medial da tíbia.
  A dor é aliviada com o repouso e piora com a atividade física.
  Queda do desempenho como conseqüência ou limitação.
  Dor na tíbia distal com ou sem leve edema (a área é mais difusa que a fratura por stress)
  Pode haver dor com elevação dos dedos do pé ou pela flexão plantar resistida

Exames complementares:
  A maioria das radiografias é normal. Pode ocorrer neoformação óssea periosteal longitudinal irregular ou hipertrofia cortical da tíbia.
  Já na ressonância magnética pode ser evidenciado um edema periosteal indicando a periostite de tração.
  A cintilografia óssea pode demonstrar lesões longas longitudinais chegando a um terço do comprimento do osso.
  Alguns trabalhos mostram que a densidade mineral óssea tibial pode estar diminuída.

Tratamento - A maioria STTM é de tratamento conservador. Faz-se necessário repouso relativo (dois a quatro meses), mantendo o condicionamento físico com atividades sem impacto e indolores como bicicleta e natação.

Medidas gerais devem ser tomadas como a diminuição da intensidade e duração do treino, além de mudar a superfície do terreno da corrida. Pode ser usado: antiinflamatórios, gelo, fisioterapia analgésica e alongamento do Aquiles. Alguns casos são necessários à utilização de órteses ou palmilha para correção da pronação.


Características da canelite
CausasTratamentoNos treinos
Excesso de atividadeAlongamentosCorridas mais curtas: nova planilha
Treinos em superfícies durasFisioterapiaPassar gelo na tíbia após a atividade
Calçados com sistema de amortecimento inadequadoUso de medicamentos e antiinflamatóriosMudança de superfície (treinar na terra ou na grama, por exemplo)
Problemas ligados a impacto em geralSuspensão de treinos em alguns casosUso de tênis específico para o tipo de pisada (neutra, supinada ou pronada)


O retorno na corrida deve ser gradual não se esquecendo do alongamento e condicionamento progressivo. A indicação cirúrgica ocorre após dois períodos de repouso e retorno às atividades com repetição dos sintomas. É recomendado a fasciotomia do compartimento posterior superficial da tíbia.
A volta aos treinos no caso de parada também requer uma atenção. Em alguns casos, a dor volta junto com a corrida, e o atleta tem que estar atento. Dicas como o uso de palmilhas ortopédicas e a procura por um tênis específico para o seu tipo de pisada (neutra, supinada ou pronada) costumam ser boas saídas. Além do mais, a planilha deve sofrer alguma mudanças, com atividades mais leves, garante o treinador Rubens D’Elia.
- Sugiro uma aquecida, um trote leve e, em seguida, alongamentos na volta aos treinos. Também é importante tentar mudar o terreno e o local da corrida. Se está numa superfície dura, é bom ir para um lugar mais macio, como gramado, terreno de terra batida e areia. Além disso, não deve persistir com a dor. O legal é fazer uma varredura com gelo na tíbia quando chegar em casa para tirar o incômodo. Alongamento também é bastante útil. Se a dor persistir, é necessário procurar um tratamento - diz o treinador Rubens D’Delia.


Fonte:http://globoesporte.globo.com/atletismo/corrida-de-rua/noticia/2011/06/lesao-nao-deixe-canelite-te-derrubar.html

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